LAMPIÃO é filho do "santo" é um livro de pesquisa ciêntífica da autora Gelza Reis Cristo (inédito)
Gelza faz performance de Lampião e cria literatura de cordel de acordo com o contexto do evento
Teatro sobre Lampião UNISANTOS 2004
Performance sobre Lampião antes do desarmamento nacional brasileiro
Lampião declama Garoa de São Paulo em homenagem a Mário de Andrade
Este trabalho tem como objetivo provar que Lampião é filho do santo, por meio da leitura das obras Pedra Bonita e Cangaceiros de José Lins do Rego.
Para tal, dividimos a pesquisa em duas partes: a primeira com análise de Pedra Bonita que trata do fanatismo religioso de uma comunidade nordestina, mais especificamente da vila do Açu, herói do enredo, cujo povo passa a vida numa ociosidade forçada devido ao clima da região que é castigada por sucessivas secas. Todavia a falta de perspectiva dos habitantes daquele vilarejo procurava nos homens um espírito ócio comum a todos e estes odiavam na mesma proporção à Pedra Bonita, um foco religioso, maldito que guardava um segredo do qual não podia ser revelado nem tampouco esquecido.
No entanto, o autor cria um personagem, o Antônio Bento. Aquele menino que fora entregue ao Padre Amâncio pela família Vieira aos quatro anos de idade. Fugiram da seca de 1904. Como únicos sobreviventes do massacre da Pedra Bonita era o adolescente de dezessete anos que sentia o ódio do povo do Açu – cria do Padre, irmão de cangaceiro, sangue ruim – por não sentir o amor de seu povo só queria fugir dali, levar uma vida de homem, pois já encontrara um espelho: o cantador Dioclécio, um aventureiro.
Na segunda parte tratamos da obra Cangaceiros que é um romance denso, sem subtítulos, já que todos os personagens participam das ações do enredo, são muitas figuras relevantes, um enredo complexo que envolve o cangaceirismo e todos os problemas do Nordeste gerados pelo marasmo das inúmeras secas.
Contudo, é a linguagem direta e rude de Cangaceiros que transforma a realidade em ficção. Desde o início da nossa temática que insistimos nas alusões ao cangaceirismo da fase do Rei do cangaço e da Guerra de Canudos do líder Antônio Conselheiro. Na primeira obra que é mística há mais alusões ao cangaceirismo real; enquanto na segunda as lembranças do massacre de Canudos são constantes, pois o autor faz trocadilhos.
Afirmamos que não há heróis em nenhum dos romances porque a intenção de Lins do Rego era fazer uma denúncia do atraso social do sertanejo. Este, não nomeia um governo por ser um expatriado.
Antônio Conselheiro atuou na segunda metade do século XIX e Lampião na primeira metade do século XX. Logo, a comunidade era a mesma na sua maneira de agir, de pensar, de acreditar. Sendo assim o nosso estudo é do contexto social das duas épocas nos dois romances regionais de Lins do Rego.
Palavras-chave: cangaceirismo, fanatismo, seca, misticismo.
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