domingo, 2 de janeiro de 2011

Meu Universo Interior I, Razão e emoção Unidas Revelando o Amor- fragmentos

Fragmentos do MEU UNIVERSO INTERIOR


Sentia-me como um pintinho querendo romper a casca do ovo que o mantinha na escuridão sem enxergar e viver. Porém a casca que o mantinha era tão profunda para o tamanho de sua fraqueza;


As mulheres sempre foram às maiores vítimas. Destinadas ao casamento e a fidelidade indiscutível, o homem (primeiro e único), os filhos, a falta de métodos anticoncepcionais;

Tudo estava escrito pela sociedade e seus costumes. Contudo, aquela garota não ia aceitar as regras da sua região;

O rádio, o seu mestre, passava essas e outras informações do mundo; inclusive a chegada do homem a lua. No entanto, por ser analfabeta acreditava que naquele pedaço de madeira moravam os homens que falavam ali;


Vieram as crises, os momentos de felicidade, os filhos, a criação deles como também os incidentes que geraram a reflexão para o resgate do sonho adormecido;


Não fora educada para trabalhar fora depois de casada. Não fora educada para brilhar mais que o homem de sua vida;


O crescimento da autora fora muito lento visto que permanecera vinte e três anos sem estudar, apenas como doméstica;


Lá fora estava o mundo e eu precisava vê-lo, mas não podia. Sentia-me como um pintinho que queria sair do ovo, enxergar a claridade, viver;


Naquele sertão nordestino, debaixo de sol ou chuva, mais sol do que chuva, ir para a escola era um sonho de curta duração;

Minha Primeira Escola

O professor Neca chegou e iniciaram as aulas da escola de verão. Todos os dias, bem cedo, os irmãos, primos e primas, com sacolas de farinha e ovo frito, e por vezes alguns pedaços de galinha que sobrara da janta, seguíamos rumo à casa do tio Dandinho;

As rugas precoces não sabiam da existência dos cremes, e a expressão das mulheres nos tempos de seca era de sofrimento e cansaço;



Agostinho Gregório dos Reis, o meu avô, ao falecer deixou uma herança numerosa que levou um ano para ser concluída. Toda a região participou do inventário do gado;



Esperança morta, violência viva; não sabíamos o que fazer nem dizer diante dos animais mortos e da falta de água. O fazendeiro deixava cair o chapéu só para coçar a cabeça;


A nossa maior riqueza veio de Cocorobó. Examinaram o terreno, aprovaram um açude e muitos anos depois, para a vida animal, morrer de sede era lenda;


Morrer num pequeno espaço
Sem ajudar ao próximo
Naquele tempo chorava
A cultura que não tinha

O Meu Primeiro Livro

Como não podia perder tempo abandonei os colegas e saí em disparada; mais importante era ter o primeiro livro.


A caneta da Gelza.
Além de chutar a enxada riu cinicamente.


Um Casamento, uma esperança.
A união conjugal mudou a vida do casal e a minha também.


Paguei por errar.

Montei no jumento e fui até o campo de futebol. Minha cabeça fervia porque não tinha maior idade tampouco aceitava um NÃO.


A Prova de fogo

Terminava a aula e já era à hora do almoço. Todas as ruas da vila cheiravam a bife ou ovo frito. Mesmo que fosse apenas pura imaginação. O nosso almoço só ia acontecer às quinze horas.


Durante o inverno não faltava na aula. Era no barro que os meus pés pisavam, e sem calçados.


Ouvi o canto do sofrê que anunciava a minha tristeza. Não queria acordar do pesadelo. Desejei a picada de uma cascavel para deixar o meu pai com remorso.


Apesar da forte atração que sentia por aquele jovem, na hora da decisão dei prioridade absoluta aos estudos.


O Milagre da Encruzilhada

As razões do tio eram justas. Deveria ser corajosa para arcar com tanta responsabilidade.


A VIAGEM

A minha aventura ao lado do caminhoneiro parecia interminável.


Difícil Adaptação

Limpei as lágrimas com a mão esquerda no dorso empoeirado. O patrão mandou que eu passasse no início da semana para pegar a última parte que me cabia de herança;

O Casamento Predestinado
22 de março de 1980.


A Crise existencial

O sono veio instantâneo e duas horas depois ela acordou com um clarão que vinha da cozinha.



Decisão

Sentou-se e sentiu o ritmo do coração. As lágrimas banhavam o rosto e sorria mesmo assim; era a felicidade gerada pela decisão de ser uma escritora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário