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Saudosismo
pela Colmeia Literária
SEMANA DA
PÁTRIA
Sentar no
banco da Instituição Colmeia Literária era viver o ideal de ser um escritor
comunicador mesmo na certeza dos primeiros passos. Aquilo era um momento único,
um prazer de poeta, de cronista, de trovador. E ali havia muitos. Irair e
Elisete Moreno viviam para aquela instituição. Era o amor da vida deles.
A reunião
acontecia todas às quintas-feiras e ali naquele espaço dos escoteiros nós
tínhamos uma mesa e alguns bancos para a prosa poética do cair da tarde.
Dona Maria
Garcia Puchkrew era a nossa presidente. Esta amava tanto a literatura que
ficava falante e entusiasmada. Falava dos acontecimentos do mundo como se fosse
uma jornalista. “Obrigada em nome do grupo aqui presente, e também ausente por
força das circunstâncias”. Disse ela olhando e sorrindo para todos. Estava
nessa reunião a Dona Elza Batalha, o senhor Feitosa, Allan e a Gelza.
Naquele
momento ela se despedia de um cargo de quatro anos. Havia muita sensibilidade
envolvendo o momento e o tema era PARTO. E cada poeta deveria escrever um
parágrafo sobre parto.
Parto,
parto, parto.
A pobre
nordestina, uma Severina, já não aguentava mais parir porque entre um ano e
outro nascia mais um rebento. E sem cuidados médicos, depois da décima cria a
mulher morreu de parto.
Parto do meu
Brasil para uma nova pátria. Agora menos nacionalista porque lá na minha terra
de palmeiras e sabiás não encontrei o futuro almejado. As árvores de lá não são
as mesmas de cá. Hoje vivo em Portugal que é a minha nação.
Parto este
pão em 12 pedaços como fez Jesus com os seus apóstolos. E agora quero dividi-lo
com os meus melhores amigos nesse café da tarde. Amém.
03 de
setembro de 1998.
Gelza Reis
Cristo
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