domingo, 27 de abril de 2014

Literatura brasileira e Colmeia Literária








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Saudosismo pela Colmeia Literária

SEMANA DA PÁTRIA

Sentar no banco da Instituição Colmeia Literária era viver o ideal de ser um escritor comunicador mesmo na certeza dos primeiros passos. Aquilo era um momento único, um prazer de poeta, de cronista, de trovador. E ali havia muitos. Irair e Elisete Moreno viviam para aquela instituição. Era o amor da vida deles.
A reunião acontecia todas às quintas-feiras e ali naquele espaço dos escoteiros nós tínhamos uma mesa e alguns bancos para a prosa poética do cair da tarde.
Dona Maria Garcia Puchkrew era a nossa presidente. Esta amava tanto a literatura que ficava falante e entusiasmada. Falava dos acontecimentos do mundo como se fosse uma jornalista. “Obrigada em nome do grupo aqui presente, e também ausente por força das circunstâncias”. Disse ela olhando e sorrindo para todos. Estava nessa reunião a Dona Elza Batalha, o senhor Feitosa, Allan e a Gelza.
Naquele momento ela se despedia de um cargo de quatro anos. Havia muita sensibilidade envolvendo o momento e o tema era PARTO. E cada poeta deveria escrever um parágrafo sobre parto.
Parto, parto, parto.
A pobre nordestina, uma Severina, já não aguentava mais parir porque entre um ano e outro nascia mais um rebento. E sem cuidados médicos, depois da décima cria a mulher morreu de parto.

Parto do meu Brasil para uma nova pátria. Agora menos nacionalista porque lá na minha terra de palmeiras e sabiás não encontrei o futuro almejado. As árvores de lá não são as mesmas de cá. Hoje vivo em Portugal que é a minha nação.
Parto este pão em 12 pedaços como fez Jesus com os seus apóstolos. E agora quero dividi-lo com os meus melhores amigos nesse café da tarde. Amém.
03 de setembro de 1998.
Gelza Reis Cristo


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