quinta-feira, 3 de março de 2011

Analfabetismo - o estorvo do migrante

O ESTORVO DO MIGRANTE – O Analfabetismo

A situação de analfabetismo do migrante nordestino, o José, sempre foi um estorvo em sua vida. Em uma entrevista com a professora GELZA ele falou das grandes dificuldades que teve que enfrentar na sua vida e que ainda hoje enfrenta por falta da leitura. Observe:
Gelza:

—Com quantos anos o senhor veio do Nordeste?
José:
–Aos treze anos, trazido por um primo meio maluco chamado Jacaré que prometeu ao meu pai que ia tomar conta de mim.
Gelza:
–Como aconteceu a sua adaptação na cidade e quanto tempo durou?
José:
–Da primeira vez foi apenas por um ano e foi complicado porque meu primo me escondia de todos por causa da responsabilidade.
Gelza:
–Você trabalhou?
José:
–sim, fui copa no restaurante onde ele trabalhava.
Gelza:
–Você tinha medo de se perder do seu primo?
José:
–É claro, andava com o endereço no bolso e mostrava para alguém que me indicava o ônibus e só depois quando fiquei homem a coisa não funcionava bem porque alguns malvados me ensinavam errado.
Gelza:
–Como aconteceu a segunda aventura e quanto tempo durou?
JOSÉ:
–Foi aos 17 anos e por ociosidade. Eu não queria a vida de roceiro e como não estava estudando vim decidido a ficar.
Gelza:
–Como você saia na rua sem saber ler as placas nem o nome das ruas?
José:
–Passei a observar tudo e decorava pelas cores e modelos de lojas, contava as quadras, morava perto do trabalho.





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