Lampião e Conselheiro se reencontram em livro
Baiana de Adustina, Gelza Reis Cristo, é formada em Letras pela Universidade Católica de Santos. No momento
pós-graduanda em Língua Portuguesa pela UNICAMP (Universidade de
Campinas). Há 37 anos ela reside em São Vicente SP onde leciona na rede
estadual de ensino.
Além de professora é culinarista, poeta e declamadora, e escritora.
Depois de três livros, alem da participação em onze antologias, ela lançou no último final de semana em Lagarto o seu primeiro estudo sobre o cangaço intitulado "Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", pela editora All Print.
A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
No serrado do Sertão.
E a policia não sabia
Da Serra do Capitão.
A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
Fez o macaco correr.
Cangaceiro aqui não ta
pois tem medo de morrer.
Olê muié rendeira,
Olê muié rendá...
O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
Nº de páginas: 206
Valor: R$ 45 com frete incluso,
Os pedidos devem ser feitos pelo email cristogelza@gmail.com ou pelo aplicativo WhatsApp cotato: (13) 99751- 7293
Conheça outros trabalhos da autora acessando seu blog pessoal Clique aqui
Além de professora é culinarista, poeta e declamadora, e escritora.
Depois de três livros, alem da participação em onze antologias, ela lançou no último final de semana em Lagarto o seu primeiro estudo sobre o cangaço intitulado "Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", pela editora All Print.
A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
No serrado do Sertão.
E a policia não sabia
Da Serra do Capitão.
A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
Fez o macaco correr.
Cangaceiro aqui não ta
pois tem medo de morrer.
Olê muié rendeira,
Olê muié rendá...
O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
Serviço
"Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", All Print São Paulo 2016.Nº de páginas: 206
Valor: R$ 45 com frete incluso,
Os pedidos devem ser feitos pelo email cristogelza@gmail.com ou pelo aplicativo WhatsApp cotato: (13) 99751- 7293
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Baiana de Adustina, Gelza Reis Cristo, é formada em Letras pela Universidade Católica de Santos. No momento
pós-graduanda em Língua Portuguesa pela UNICAMP (Universidade de
Campinas). Há 37 anos ela reside em São Vicente SP onde leciona na rede
estadual de ensino.
Além de professora é culinarista, poeta e declamadora, e escritora.
Depois de três livros, alem da participação em onze antologias, ela lançou no último final de semana em Lagarto o seu primeiro estudo sobre o cangaço intitulado "Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", pela editora All Print.
A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
No serrado do Sertão.
E a policia não sabia
Da Serra do Capitão.
A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
Fez o macaco correr.
Cangaceiro aqui não ta
pois tem medo de morrer.
Olê muié rendeira,
Olê muié rendá...
O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
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Depois de três livros, alem da participação em onze antologias, ela lançou no último final de semana em Lagarto o seu primeiro estudo sobre o cangaço intitulado "Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", pela editora All Print.
A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
No serrado do Sertão.
E a policia não sabia
Da Serra do Capitão.
A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
Fez o macaco correr.
Cangaceiro aqui não ta
pois tem medo de morrer.
Olê muié rendeira,
Olê muié rendá...
O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
Serviço
"Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", All Print São Paulo 2016.Nº de páginas: 206
Valor: R$ 45 com frete incluso,
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Lampião e Conselheiro se reencontram em livro
Baiana de Adustina, Gelza Reis Cristo, é formada em Letras pela Universidade Católica de Santos. No momento
pós-graduanda em Língua Portuguesa pela UNICAMP (Universidade de
Campinas). Há 37 anos ela reside em São Vicente SP onde leciona na rede
estadual de ensino.
Além de professora é culinarista, poeta e declamadora, e escritora.
Depois de três livros, alem da participação em onze antologias, ela lançou no último final de semana em Lagarto o seu primeiro estudo sobre o cangaço intitulado "Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", pela editora All Print.
A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
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E a policia não sabia
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A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
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Cangaceiro aqui não ta
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O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
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A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
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O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
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E a policia não sabia
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"Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", All Print São Paulo 2016.Nº de páginas: 206
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Baiana de Adustina, Gelza Reis Cristo, é formada em Letras pela Universidade Católica de Santos. No momento
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Além de professora é culinarista, poeta e declamadora, e escritora.
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"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
No serrado do Sertão.
E a policia não sabia
Da Serra do Capitão.
A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
Fez o macaco correr.
Cangaceiro aqui não ta
pois tem medo de morrer.
Olê muié rendeira,
Olê muié rendá...
O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
Nº de páginas: 206
Valor: R$ 45 com frete incluso,
Os pedidos devem ser feitos pelo email cristogelza@gmail.com ou pelo aplicativo WhatsApp cotato: (13) 99751- 7293
Conheça outros trabalhos da autora acessando seu blog pessoal Clique aqui
Além de professora é culinarista, poeta e declamadora, e escritora.
Depois de três livros, alem da participação em onze antologias, ela lançou no último final de semana em Lagarto o seu primeiro estudo sobre o cangaço intitulado "Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", pela editora All Print.
A pesquisa
Estudando "Cangaceiros", obra de José Lins do Rego, ela descobriu na personagem Aparício a identidade e a geografia de Lampião. Posteriormente lendo "Os Sertões" de Euclides da Cunha, descobre a geografia de Antônio Conselheiro.
"Uma mesma região, uma mesma gente inculta, necessitada de um líder, pois o governo estava distante de todos eles. Assim como o Conselheiro convenceu a sua comunidade de que eles poderiam viver sem a ajuda do governo, Lampião seguiu esse mesmo preceito", introduz a autora.
Relação histórica
"O padre Frederico Bezerra Maciel, em sua obra ´Lampião seu tempo e seu reinado´ já havia sugerido uma hiperligação entre as duas personagens do meu livro. Segundo a pesquisa, Antonio Conselheiro disse para um dos seus seguidores ´Dentro de 50 anos haverá de surgir no Sertão um homem que apesar de religioso será cangaceiro e dará muito trabalho aos governos´ ele estaria profetizando o surgimento de Lampião. Conjectura ou não é um dado interessante para a reunião destes dois mitos nordestinos", afirma Gelza.
É evidente que ambos pisaram o mesmo chão, palmilharam os cantos mais ermos do sertão seco e até mesmo florido, eram declarados inimigos públicos e enfrentaram as forças do governo cada um na sua proporção.
Corredor de cangaceiros
A intenção de Gelza não é só de reunir os dois ícones históricos, mas de resgatar sua Adustina como um corredor de cangaceiros e trazê-la de volta para as biografias do tema.
Povoado Quixabeira de Adustina ou como era denominada na época do cangaço, Patrocínio do Coité, 2 de Julho de 1927. (Acervo Kiko Monteiro).
"Como naquela época Adustina, ou melhor "Patrocínio do Coité" era um povoado de Paripiranga, até hoje muitos autores se esquecem de atualizar a geografia de seus capítulos. Conheci e conversei com algumas pessoas da minha terra sobre as andanças de cangaceiros pelas matas de Adustina. Em 2013 visitei a Serra do Capitão, ouvi estórias sobre coitos e até Botijas, inclusive um dos moradores exibiu no pescoço uma corrente que teria pertencido a um cangaceiro e foi descoberta em uma destas botijas. Enfim, a única coisa que se pode comprovar é o coito como um dos esconderijos destes homens e mulheres no passado", disse Gelza.
O avô da autora, Augustinho Gregório dos Reis, morava no pé da na serra do capitão. Certa vez um subgrupo chegou até a casa dele e pacificamente pediu que fizessem comida para a cabroeira porque eles pretendiam arranchar por umas horas naquela localidade. Após a passagem dos cabras Augustinho resolveu que ali não era mais seguro, pois ele tinha várias filhas moças e temia que algum cangaceiro botasse o olho e raptasse uma delas.
De acordo com as memórias dos antepassados da autora o líder cangaceiro que mais andou na região era Corisco.
Adustina vista do alto da Serra do Capitão (Fonte: Adustina 24hs)
"Encontramos a "Ponta da Serra" antiga denominação da Serra do Capitão em um dos capítulos do livro de Estácio de Lima, "O mundo estranho dos Cangaceiros". Na ocasião houve uma baixa no grupo e eles estavam esperando o líder do grupo que havia ido a Paripiranga pegar provimentos, para então poder enterrar o companheiro".
A Serra do capitão é tema de um dos versos de cordel que Gelza canta em suas apresentações para promoção do livro.
"Em um jornal da Bahia
O povo lia com atenção,
Lampião ta escondido
No serrado do Sertão.
E a policia não sabia
Da Serra do Capitão.
A milícia passou perto
E fugiu na contramão.
O medo da Jaguaruna
Fez o macaco correr.
Cangaceiro aqui não ta
pois tem medo de morrer.
Olê muié rendeira,
Olê muié rendá...
O livro contém um breve depoimento de Raimundo Matos, um morador de Adustina que afirma ter feito parte da volante do nazareno Odilon Flor, quando este perseguiu os cangaceiros pelo sertão baiano. Raimundo contava na época com apenas 16 anos.
Serviço
"Lampião é filho do Santo Conselheiro - Cangaceirismo e misticismo", All Print São Paulo 2016.Nº de páginas: 206
Valor: R$ 45 com frete incluso,
Os pedidos devem ser feitos pelo email cristogelza@gmail.com ou pelo aplicativo WhatsApp cotato: (13) 99751- 7293
Conheça outros trabalhos da autora acessando seu blog pessoal Clique aqui
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