VISITA AO MUSEU DO CAFÉ EM SANTOS
Gelza Reis Cristo
Antiga Bolsa do Café e atual Museu do Café em Santos, litoral paulista
Você já visitou a antiga “Bolsa do Café” em santos?
Hoje
o local é um museu muito frequentado pelos visitantes de todas as partes do
mundo, uma atração, um ponto de sabedoria sobre curiosidades da nossa história,
arquitetura, barões do café e império.
Quando chegamos ao edifício da “Bolsa do Café” de
antigamente ficamos extasiados com a arquitetura fenomenal que deixa o visitante
sem palavras, apenas com o olhar para o céu tentando não omitir detalhes da
engenharia, dos detalhes de material perene e encantador pela criação. Eu,
colegas professores, coordenadores e a diretora Regina, todos da E.E. Pedro
Paulo G. Lopes; Praia Grande, litoral paulista. Começamos a nossa visita pelo
salão principal monitorado pelo guia, que relatou em detalhes a importância do
Museu. O contato com a história do Museu do Café se dá no momento em que fomos
convidados a sentar, e por vezes deitar no solo, em cima do símbolo da
Maçonaria para observar o vitral gigante que habita o teto e foi criado pelo
artista renomado Benedito Calixto. Ali o vitral é dividido em três momentos da
história: comércio, império e a fase colonial como também a rota dos
bandeirantes visto que há fotos em volta da obra simbolizando a importância dos
mesmos. E as cores que predominam o vitral? O azul, verde e o amarelo do ouro
do Brasil, cores da Bandeira Nacional. Fique certo que ali você encontrará a
essência da obra desse artista famoso por suas telas enormes e com um valor
histórico incomparável, o seu estilo detalhista dos personagens de todas as
épocas; principalmente a era colonial.
Não há como não se encantar com os móveis em madeira,
todos impecavelmente conservados, o piso em taco com a enorme estrela de Davi
no centro. Quem já visitou o Palácio do Planalto vê uma semelhança na
hierarquia do poder pela posição da mesa, cadeiras de vários tamanhos e a
maioria todas idênticas com um círculo de apoio para mãos e bloco de anotas. Ao
olhar para o alto o visitante lembra-se da arquitetura dos melhores teatros do
mundo. Quem ficava no segundo andar de observação? Os compradores e demais
interessados. Apenas os homens participavam do local, pois as mulheres eram
dadas as prendas domésticas.
Seguimos em frente e a cada parada mais informação: não
foi fácil o café chegar ao Brasil. Quem iria doar grãos que ao plantar se
transformaria em puro ouro. Sabes quanto custa uma saca de 60 kg do nosso café?
Mais de trezentos reais, quase R$ 400,00 (quatrocentos reais). Há muita
história por trás de tudo isso.
A variedade de fotos é painel gigante que você vê o fato
antes da informação. Quando observamos a foto arte das crianças que trabalhavam
no plantio e na colheita do café não tem como não ficar sensibilizado,
pensativo com a transformação que vimos ao longo dos anos. Existe um cofre da
época, várias peças que fizeram o café chegar à mesa do consumidor e ser
apreciado por todos.
Quando chegamos ao piso superior da arquitetura a cabeça
girava entre o solo, as laterais e o teto. Ah, O teto! No estilo rococó do
tempo Barroco, no rosa e no gelo, ou seria o branco? Foi encantador quando
chegamos ao salão que revive o início do trabalho no porto em condições
precárias. A escultura do estivador, o mais forte da época, carregando cinco
sacas do café foi marcante lembrar-se da força de Hércules A história conta que
ninguém o encarava na força e que por conta disso foi criada a competição para
que houvesse um vencedor no final do período e certamente o estivador valente
receberia um bônus.
Duas horas dentro do Museu do Café foi suficiente para
captar a riqueza cultural que nele existe.
Foto cedida pela RP
da USP Verônica Reis Cristo em visita ao museu.