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terça-feira, 19 de abril de 2011
Bolo de Frutas Diet
Bolo Dieta de Frutas
(INÉDITO)
Criação de Gelza Reis Cristo
Ingredientes:
1 xícara de chá de farinha de trigo integral
1 xícara de chá de farinha de trigo comum
2 xícaras de chá de açúcar diet Tal e Qual (forno)
6 ovos
1 colher de sopa de fermento em pó
200ml de yogurt desnatado
Duas colheres de sopa de margarina diet
100gr de passas brancas
100gr de passas escuras
100gr de frutas cristalizadas
1 maçã argentina
Modo de fazer:
Bata as claras em neve e reserve. Misture os ingredientes secos (farinha mais fermento).
Unte uma forma de orifício (redonda). Bata as gemas com a margarina. Polvilhe a forma com farinha integral. Aqueça o forno enquanto mistura todos os ingredientes com uma colher de pau. Deixe as frutas, o açúcar para o final e as claras por último.
Segredo: as frutas estavam em conserva no rum. E a maçã sem casca cortada em pedaços serve para amaciar o bolo.
35 minutos de forno.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Deixem para o Catador
Autora: Gelza Reis Cristo
que na foto faz palestra sobre culinária no "Café com Letras, AMBEV de Regina Alonso
A autora declama com objetos que representam a essência do poema.
Não! Humilhante não. É o que você tem como opção de vida, catador. Num bate-papo, uma jovem senhora confessou que passara uma vergonha num pronto-socorro do SUS, pois ao esperar um bom tempo e adentrar no consultório, sentou-se na frente do médico e reclamou do sistema cansativo. Passivamente o médico respondeu: “É o que temos minha senhora”. Vergonhoso, degradante e muito feio são algumas pessoas que só pensam em si e catam latinhas mesmo sem necessitar. Quem quiser conferir pode sair para uma caminhada antes do sol brilhar. Senhoras (os) fazem a sua caminhada matinal com uma sacola de supermercado na mão juntando o alumínio. A pedra calcária da orla da praia é testemunha; sem contar que algumas pessoas consomem e depois juntam os recipientes para adquirirem uns trocados e ainda contam o feito. Não somos a “palmatória do mundo” mas ficamos emocionados quando tomamos conhecimento da excelente reportagem. Certamente se não houvesse tanto individualismo nos seres humanos, os catadores conseguiriam muito mais. Somente uma minoria compra sacos de lixo e durante a semana todo o reciclável vai parar nele. Na segunda-feira tudo que não serve aos moradores deveria ficar nas calçadas seis horas da manhã antes do caminhão da sucata passar. Meu Deus! Quanto vale um fogão velho ou uma geladeira não funcional para quem pode adquirir um novo? Certa vez uma senhora foi viajar e saiu bem cedo de casa, quando abriu o portão deu de cara com o catador que lambia um pote de maionese. Aquele homem de tão envergonhado escondeu o rosto. A partir desse dia ela começou a deixar uma parte do produto no recipiente mesmo sem saber se alguém usaria __ disse ela com lágrimas nos olhos __ Quem quiser motivos semelhantes para refletir visite as praias do Guarujá durante uma temporada: os turistas consomem às vistas dos catadores que aguardam as latinhas vazias ou outros tipos de reciclável dos quiosques.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Os Meninos de João Romão
Os Meninos de João Romão
De autoria de Gelza Reis Cristo (matéria inédita)
Eu queria tocar seu coração como o meu foi tocado ao ouvir aquela história. Eu queria que você, caro leitor, sentisse o que eu senti quando ouvi a história da adoção dos meninos de João Romão da Silva. Aquilo era coisa do destino ou de um homem incomum que queria encher a casa de filhos custasse o que custasse. Ele já havia criado três mulheres e agora estava tentado pelo amigo Ezequias a adotar os seus três filhos ainda pequenos; o maior com pouco mais de 10 anos. O pai se encontrava no leito de morte e só confiava seus três meninos ao seu melhor amigo João Romão, o cosipano que por infortúnio do benzeno virou pedreiro.
Quando a jovem Valdenise começou a narrar os fatos nos mínimos detalhes pensei tratar-se de exagero ou ficção. Mas a verdade vinha do entusiasmo da moça e do orgulho do feito do seu pai. Pelo rumo da história tudo era mesmo obra do destino de dois homens numa encruzilhada da vida.
João Romão, homem simples, e trabalhador da COSIPA vivia mesmo para a mulher e mais três filhas, uma família feliz. Contudo houve uma época de nuvens negras na grande firma de Cubatão onde trabalhava. E não era apenas um caso isolado, o “benzinismo”, uma doença que na época devastou muitas famílias. A “Leucopenia” gerada pelo benzeno levou muitos trabalhadores a um afastamento precoce. No entanto, João Romão iniciou uma atividade como pedreiro para não se render àquela doença. E foi aí nesse atalho que um tombo de um telhado complicou a sua vida. Na opinião dos médicos a sua coluna não teria mais conserto. A família e os amigos começaram a orar e acreditar que havia salvação. Ezequias da Silva Borges era seu vizinho e também melhor amigo. Não havia mulher pra separar grande amizade. “Amigo João Romão, tu vai ficar bom e ainda há de construir o meu barraco pra abrigar os meus filhos.” Dizia o Ezequias.
“Deixa disso meu grande amigo, não vê que minha mulher não quer me vê mais no trabalho?”. Interrogava o João Romão.
“Você vai ficar curado e construir o meu telhado”. Era a frase repetida do vizinho mais chegado do pedreiro, seu amigo.
João Romão ficou beleza e construiu mais uma casa e dessa vez a doença pegou de jeito o amigo Ezequias que ficou desenganado. A bruxa varreu a casa e levou sua mulher que não servia pra nada. Pois disse até pro Juiz que seus filhos não queria provando pra esta vida que ficou sem serventia. A história começou quando a mesma inventou uma tal de antipatia pelo amigo do marido que o via todo dia. E plantou a ojeriza só pra abandonar os filhos logo agora que o Esequias sofria na agonia de falhar para os seus filhos. Por Deus amigo Romão, me prometa adotar os meus filhos tão queridos que não posso mais cuidar. Você viu que a mãe deles é mesmo mulher-errada que nem dos filhos quer cuidar.
João Romão dali saiu pra consultar a família mesmo tendo a certeza que seu coração batia por três meninos lá em casa pra completar a família. Reuniu sua mulher e também as suas filhas. Olhou para a Valdenise, depois para a Valdire no silêncio a Viviane foi chegando mais a frente para ouvir a decisão de um homem de família. Dessa vez Maria de Nazaré, a mulher de João Romão fez jus ao nome de Maria chará da mãe de Jesus ao abraçar o marido pela sabia decisão de adotar os meninos sabendo que Esequias esperava pela morte no raiar de um novo dia. Mas cá para nós, meus queridos leitores, aqui no nosso país o processo de adoção é como uma penitência sem importar o grau de cada situação. E a espera mais penosa foi a do pai dos meninos que padecia por antecedência das perdas que lhe viriam. Mas o tempo foi passando e o dia enfim chegou e no sol do meio dia o senhor Ezequias assinou o papel da tão esperada adoção, tornando assim o João Romão um pai da compaixão, pois no final daquele dia velou o seu melhor amigo com o coração nas mãos. Mas muito ciente da sua nova missão.
Pensei que essa história já havia terminado mais lembrei do entusiasmo da mocinha Valdenise que contou com tanta graça e de olhar de vagalume sobre o irmãozinho pequenino quando ainda bem novinho sem saber que um homemzinho usava uma cuequinha. Ao ganhar a vestimenta, o menor dos três meninos fazia mesmo questão de baixar a bermudinha e mostrar para as visitas que ganhara a cuequinha.
__Você sabia?
“Alterações hematológicas em pacientes expostos cronicamente ao benzeno”
João Romão e mais centenas de trabalhadores da COSIPA foram vítimas do benzeno. A “leucopenia” causa alterações hematológicas do sangue periférico e da medula óssea em pacientes expostos cronicamente ao benzeno. Este hidrocarboneto é utilizado como matéria prima ou solvente nas industrias siderúrgicas. “No início da década de 80, o Município de Cubatão, no Estado de São Paulo, passou a ocupar as páginas do noticiário devido às denúncias da ocorrência de poluição ambiental decorrentes do parque industrial nele instalado. A partir de 1979, trabalhadores da Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA) começaram a apresentar alterações hematológicas quantitativas, com redução de número de leucócitos. A divulgação deste fato gerou desconfiança e a partir de 1985, centenas de trabalhadores foram afastados de suas atividades por “leucopenia” que, de dado hematológico usual, passou a sinônimo de benzenismo.”
Fundamentação Ciêntífica:
Fonte: Revista de Saúde Pública, vol. 27 nº 2 São Paulo Apr. 1993.
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